quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fenemê Roncador


Um ronco surdo e teimoso
cortou em dois o silêncio
e desmanchou a noite vazia.
Devagar seguia, que ruído fazia!
A estrada, coitada, como sofria.

Lá vem subindo, o roncador na colina,
esfumaçando e esbravejando.
É carga pesada, mas não bate pino.
Trocou de marcha. Ufa! Quase não suporta.
Folgou...Lá vem ele descendo com toda corda.

Eu, deitado e insone, ouço
a passagem do colosso,
o valente caminhão Fenemê.
Êta, incansável desbravador
das lonjuras, segue como trator.

Lá vai, o trovão das estradas
com seu caminhoneiro,
enfrenta mais uma subida,
deixa pra trás, já sumida,
minha Caçapava esquecida.

Do Oiapoque ao Chuí, só paro para fazer xixi

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